sábado, 9 de janeiro de 2010

Do bit ao dinheiro


Bom, talvez eu esteja “chovendo no molhado” mas, mesmo assim, queria comentar sobre um aspecto da dicotomia entre a vida acadêmica e a profissional. Quando estamos na graduação, somos doutrinados a ter um pensamento técnico, buscamos nos tornar especialistas em tecnologia, seja ela qual for. Isto fica bem claro quando conversamos com estudantes e recém-formados. Porém, esse tipo de pensamento não serve para os cargos de decisão.

Com o tempo esses profissionais se tornam executivos de TI, sendo que muitos deles tendem a se focar no know-how, assim como aprenderam, e se esquecem que no ambiente corporativo é importante conhecer bem o modelo de negócio da empresa para se concentrar no know-why.

Imagine uma reunião de diretoria onde são apresentadas propostas sobre a expansão da empresa, a necessidade de redução de custos, aumento das vendas e outras. Obviamente que para apoiar essas estratégias é solicitado a participação da área de TI que, rapidamente com sua forma de pensamento equivocado, surge com vários “planos bem elaborados” para converter todos os sistemas para SOA, incluir mais relatórios, implantar governança baseada em ITIL e Cobit, migrar sistemas para as tecnologias atuais, virtualizar máquinas do datacenter ou implantar outra tendência atual. Será que esses planos estão realmente alinhados com as necessidades do negócio?

Em geral tais planos devem passar por aprovação e é ai que acontece o inverso, executivos que por sua vez não têm conhecimento em TI aceitam as idéias sem criticá-las, ou seja, ambas as partes erram, a primeira por não pensar nos resultados reais para o negócio e a segunda por não exigir argumentos claros sem o costumeiro "tecniquês". Isto acontece muitas vezes de maneira silenciosa nas empresas, faltou o tão comentado “alinhamento entre TI e negócio”, desta vez por ausência de competência dos gestores de TI que não perceberam que o conhecimento técnico que possuem deve guiar as decisões ao invés de ser o foco delas.

As conseqüências disso são projetos fracassados, baixos resultados, investimentos literalmente jogados fora. Esse é um dos motivos pelo qual a TI continua ocupando o lugar da “área de serviço”, quando poderia ser a “vitrine” das empresas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário