segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Princípios Gerenciais: Seu gerente se lembra deles?

Normalmente, gerenciamento é definido como a arte e/ou ciência de realizar tarefas por intermédio de outras pessoas, ou seja, os gerentes são responsáveis por planejar e orientar o trabalho dos outros, o que para muitos dos “não-gerentes” parece como a arte de não fazer nada, quem nunca ouviu a frase: “O meu gerente não faz nada o dia inteiro!”, isso pode ser verdadeiro em alguns casos, mas acredito que são raros, pois em um ambiente competitivo os demais membros da equipe já teriam tomado o seu lugar.

Escuto muito sobre equipes auto-gerenciáveis (vide SCRUM), e apóio por acreditar que funcione bem no lugar certo, mas com certeza em algum nível hierárquico ainda precisa existir a figura do gestor que mantém a coesão do grupo, administra os conflitos, direciona os esforços para atingir as metas da empresa...

Existem várias definições sobre o qual o papel do gerente em uma organização, eu prefiro a seguinte definição: “Gerente é aquele que consegue que o resultado da equipe seja maior do que a soma do resultado de cada individuo”. Se eu precisasse dar nota para o trabalho de um gerente esse seria um dos meus critérios mais valiosos.

Equipes com bons profissionais parecem uma embarcação com capitão de férias, o barco segue em movimento, mas quando ocorrem imprevistos e a situação se agrava o consenso também desaparece, é como uma nação sem governo cada um trabalha em interesse próprio. Imagine um exército sem general, parece absurdo!? Essa é a importância da figura do gestor.

No gerenciamento assim como no jogo de xadrez, tem a vantagem quem consegue considerar mais lances adiante e realizar a melhor estratégia se adaptando conforme o jogo. Imprevistos sempre podem acontecer e alguns são até bem vindos, exemplo disso é quando um profissional chave para o projeto comunica a sua saída da equipe repentinamente, comumente vejo gerentes encarando isto apenas como um contratempo, mas também pode ser visto como uma gama de oportunidades, tais como contratação de um profissional com perfil diferente (ou melhor), reestruturação da equipe, desafios e reconhecimento aos demais membros da equipe, etc..

Recentemente eu acompanhei a saída do líder de uma equipe, logo ficou claro para todos que não havia alguém já qualificado para assumir, portanto curiosamente a solução dada pela direção foi a promoção de dois profissionais da equipe, pois havia um com mais habilidade no relacionamento interpessoal e o outro com um profundo conhecimento técnico, então os papéis foram redefinidos na tentativa de um complementar o outro.

De acordo com Tom Gorman existem cinco princípios mais importantes que todo gerente deve saber:

Valor para o cliente: Os clientes pagam pelo valor do produto ou serviço, não é possível atender a todos os desejos dos clientes, portanto deve-se criar um tipo específico de valor, ou seja decidir o que a empresa vai entregar aos clientes e a partir daí organizar-se.

Organização: Empresas menores tendem a ser menos estruturadas, com menos departamentos e recursos para organizar e empresas maiores exatamente por terem muitos recursos para gerir tendem a ser mais organizadas, porém determinado departamento pode ser organizado ou não independente do tamanho da empresa, e grande responsabilidade disso é do gerente realizar seu trabalho corretamente.

Vantagem competitiva: É o “algo mais” no produto ou serviço oferecido e qual é o seu público-alvo, porém isso deve estar bem claro a todo momento nas decisões dos gerentes, muitos fracassos empresariais estão baseados no “esquecimento” desse princípio.

Controle: Os controles asseguram que o gerente possa saber o que está acontecendo. Os controles são baseados em autonomia e informações. Porém o que não é medido não é gerenciado.

Lucratividade: O negócio só existe para gerar lucros. Se por incompetência do gerente a empresa perder dinheiro provavelmente não ficará com o emprego por muito tempo. Com certeza cada empresa possui suas metas, mas a principal é obter lucro.

Muitas empresas obtêm bons resultados financeiros, mas isso não significa que o trabalho está sendo bem feito e que os problemas não estão sendo escondidos por trás desses resultados. Até que ponto as pessoas sabem o que acontece dentro da empresa? Será que os gerentes na sua empresa realizam seu papel?